O QUE É?
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) resulta da dificuldade de passagem de ar para os pulmões, consequente a uma reacção inflamatória anormal dos pulmões por exposição prolongada ao fumo de tabaco, exposição profissional a poeiras e gases tóxicos, sendo estas as principais razões da resposta inflamatória dos pulmões que caracteriza a DPOC. Sabe-se que mais de 80% dos portadores desta doença são fumadores.
Os principais sintomas, que levam os doentes de DPOC, entre os 45 a 50 anos, a recorrerem aos serviços de saúde são a sensação de falta de ar e dificuldade em respirar, que se agrava com a actividade física do dia-a-dia (subir escadas, andar, baixar-se). São frequentes as infecções respiratórias, associadas a episódios de tosse com expectoração.
Com o aumento dos episódios de agravamento da doença, a respiração pode tornar-se difícil, com recurso constante aos músculos acessórios da respiração e ao franzir dos lábios na expiração. Algumas pessoas com DPOC têm dificuldade em eliminar a expectoração, principalmente quando têm gripes, constipações ou outras doenças pulmonares associadas. Estes sintomas interferem progressivamente nas actividades diárias da pessoa, indiciando cansaço fácil na realização das suas tarefas habituais, tornando-se esta cada vez mais dependente dos outros para as fazer.
EPIDEMIOLOGIA
Dados de um estudo, recentemente publicado pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia, revelam que a prevalência da DPOC em Portugal é três vezes superior ao que se pensava anteriormente. A taxa da doença, em adultos com 40 ou mais anos, era anteriormente de 5,3%, mas este estudo chegou à conclusão de que essa taxa é afinal de 14,2%, uma vez que existem muitos casos (assintomáticos) que continuam por diagnosticar.
DIAGNÓSTICO
O grau de obstrução das vias aéreas e a confirmação da doença são determinados através de uma espirometria – exame simples em que o paciente sopra para um aparelho que mede o volume de ar inspirado e expirado num determinado período de tempo.
Inicialmente, doente diagnosticado com DPOC, tem tendência a desvalorizar a gravidade que a progressão da doença pode representar para a sua saúde e principalmente para a sua qualidade de vida futura.
DPOC E QUALIDADE DE VIDA
Para melhorar o seu dia-a-dia o doente deve aprender técnicas para diminuir o trabalho respiratório e a obstrução dos brônquios (técnicas de cinesioterapia respiratória). No programa individual de reabilitação devem ser incluídas técnicas de relaxamento, exercícios respiratórios e treino dos músculos respiratórios. Para facilitar a eliminação da expectoração, o doente tem de ser ensinado a tossir de forma eficaz e executar técnicas de auto-drenagem de secreções como a percussão, declive postural uso do Flutter (dispositivo de ventilação mecânica em forma de cachimbo).
Numa fase mais avançada da doença é essencial controlar a respiração e treinar os músculos dos membros superiores. A utilização de técnicas de conservação de energia permite realizar as actividades de vida diária, embora num ritmo mais lento.
Para tal o doente deve:
- Abster-se de fumar;
- Mudar a posição de realização de algumas actividades e adaptar o ambiente a essas mudanças (colocar objectos acessíveis sem ter de se baixar, colocar barras de apoio na casa de banho);
- Eliminar actividades desnecessárias (usar um roupão de banho em vez de se secar com toalha, usar sapatos sem atacadores)
- Solicitar auxílio quando necessário;
- Organizar as actividades a realizar (alternar actividades mais pesadas fisicamente com as mais leves);
- Fazer períodos de repouso ao longo do dia;
- Organizar o local de trabalho e a casa, de forma a que os objectos permaneçam em sítios acessíveis (a uma altura entre a anca e a altura do ombro);
- Andar devagar e evitar subir escadas;
- Evitar ambientes com fumo, poeiras e substâncias químicas irritantes, invertendo assim o percurso da doença;
- Alimentar-se de forma variada e equilibrada (ajuda a manter a força e a combater as infecções);
- Beber bastante água pois facilita a eliminação da expectoração;
- Praticar uma actividade física regular, melhorando a força muscular, a função pulmonar e a sensação de bem-estar;
- Não frequentar ambientes fechados;
- Evitar o contacto com pessoas doentes;
- Evitar ambientes frios e húmidos;
- Fazer uso das técnicas de relaxamento para controlar as emoções;
A adopção dos comportamentos e actividades descritas interrompe o ciclo vicioso entre a dispneia (sensação de falta de ar), o condicionamento físico e a fraqueza muscular que geram limitações.
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