terça-feira, 6 de novembro de 2012

ATAQUES DE PÂNICO


O Síndrome do Pânico ou Ataque de Pânico, como é vulgarmente chamado, resulta de um estado extremo de ansiedade.
A ansiedade  resulta da libertação de adrenalina no sangue pelas glândulas supra-renais. Esta por sua vez vai estimular o coração, elevar a tensão arterial, relaxar certos músculos e contrair outros pois a sua função é preparar o organismo para grandes esforços físicos. Em momentos de ansiedade extrema, a adrenalina é libertada em quantidades abundantes, o que vai gerar um colapso físico fazendo com que a pessoa tenha um "Ataque de Pânico". Este episódio vai fazer com que a mente acredite poder estar num estado iminente de morte ou de grande perigo, iniciando-se assim o primeiro evento do síndrome do pânico e, a partir deste evento isolado, pode gerar-se o medo de o sentir novamente!

Quem sofre deste síndrome sente uma ansiedade máxima em situações inexplicáveis, não conseguindo reconhecer os medos que lhes são inerentes. Muitas das vezes existe dificuldade em diagnosticar esta perturbação, sendo frequentemente diagnosticados episódios simples de ansiedade.

Sintomas mais frequentes:

- Dificuldade respiratória ou sensação de estar a sufocar
- Vertigens, instabilidade ou desmaio
- Palpitações ou ritmo cardíaco acelerado
- Tremores ligeiros ou acentuados
- Sudação
- Falta de ar
- Náuseas, dor de estômago ou diarreia
- Sensação de irrealidade, estranheza ou separação do meio envolvente
- Sensações de adormecimento ou de formigueiros
- Ruborização ou calafrios
- Dor ou incomodidade no peito
- Medo de morrer
- Medo de «tornar-se louco» ou de perder o controlo

Estes sintomas são tão fortes, que ao acreditarmos que vamos morrer, criam-se só por si um trauma inconsciente e resistente que provoca um processo mental profundo e contínuo de afastamento de todas as experiências que interpretamos na altura serem a causa do colapso físico vivido. Como a nossa mente não conseguiu entender que as causas reais deste colapso tiveram na sua origem uma debilidade física, relaciona os fatores externos que aconteceram nesse momento, como por exemplo: o lugar e as circunstâncias onde estavam, os pensamentos que tinham, como experiências agressoras e perturbadoras a evitar no futuro.

Este processo mental erróneo provoca uma ansiedade elevadíssima todas as vezes que se está perante estas experiências consideradas agressoras. As pessoas perturbadas com este sindrome são levadas a pensar que têm fobias diversas quando na verdade o que sentem é um medo extremo de estar expostas a experiências que a mente inconsciente considera como sendo agressoras.



Tipos de Ataque de Pânico

1) Ataques de pânico espontâneos: ocorrem sem que se conheça a causa ou estímulo;
2) Ataques de pânico situacionais: ocorrem invariavelmente em situações específicas;
3) Ataques de pânico situacionalmente predispostos: ocorrem com maior probabilidade, embora nem sempre, em certas situações.

Os segundos ocorrem com maior frequência em fobias específicas. Os terceiros ocorrem sobretudo na perturbação de pânico com Agorafobia.

O que é Agorafobia?

 
Agorafobia é o medo de estar em espaços abertos ou no meio de uma multidão, sendo portanto considerada uma fobia social. O agorafóbico teme a multidão pelo medo de que não possa sair do meio dela caso se sinta mal e não pelo medo da multidão em si. Muitas vezes é sequela de um transtorno de pânico

Caracteriza-se pela ansiedade intensa ou evitamento de locais ou situações específicas das quais a fuga física ou social possa ser difícil ou embaraçosa, ou nas quais possa não ter ajuda disponível no caso de ter um ataque de pânico inesperado. 

Por exemplo:
Medo de estar sozinho fora de casa;
Medo de andar de transportes públicos;
Evitar ir ao cinema, centros comerciais, teatro, concertos;
Evitar estar em filas de trânsito, atravessar pontes ou túneis;
Evitar ir a convívios, comer fora, ir a festas... etc.

Tratamento

 
Logo que a perturbação seja diagnosticada, o primeiro passo é feito através do recurso à psicoeducação. Isto é, ajudar a pessoa a compreender a patologia e a diminuir os seus receios.
A farmacoterapia receitada pelo médico mostra-se eficaz na redução dos sintomas. Contudo, em certos casos a combinação de fármacos com psicoterapia é especialmente útil.
A psicoterapia cognitivo-comportamental mostra-se benéfica para certos casos clínicos. Segundo a abordagem cognitiva da perturbação de pânico, o pânico resulta da interpretação errada e catastrófica de determinadas sensações corporais (Clark, 1986). 

Assim, o processo de tratamento da perturbação de pânico envolve essencialmente: 

1) Intervenção sobre os comportamentos de evitamento e sobre a interpretação das sensações corporais;

2) Intervenção sobre os pensamentos e crenças disfuncionais;

3) Aprendizagem e treino de técnicas de relaxamento muscular e de respiração diafragmática.

A psicoterapia psicodinâmica, logo que os sintomas-alvo estejam controlados, é útil para explorar os factores desencadeantes inconscientes dos sintomas de pânico.


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